Assim como de costume, nos meses de recesso de aulas na universidade, nós dividimos nosso recesso com o PIBID e atividades de aprimoramento teórico e cultural direcionadas pelas coordenadoras de área.
ATIVIDADE 1 - Observação de aula nas escolas
ATIVIDADE 2 - Aprimoramento Teórico
a- Pontos Principais do Texto [1]
-
Distanciamento entre escola e sociedade
-
Currículo transversal
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Democratização da sociedade
-
Conceitos de Taylorismo e Fordismo em paralelo a educação
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Globalização das economias paralelo a educação
-
Teoria versus prática de pesquisas em educação
b-
Reflexão do Texto
O autor inicia o texto falando do distanciamento entre
escola e sociedade, por mais que rótulos existam em ambos e possuam algumas
semelhanças. O primeiro capítulo de título “As Origens da Modalidade de
Currículo Integrado” começa tratando da implantação de um novo conceito na
Espanha, o de “currículo transversal”. Para minimizar um problema recorrente de
termos, sugere-se pelo autor que se entenda a filosofia por traz da proposta e
prática. Nesse primeiro instante, o conteúdo tratado possui apenas caráter
contextual.
A política de
fragmentação dos processos de produção:
a fim de uma maior democratização da sociedade, nasce o movimento pedagógico a
favor da globalização e interdisciplinaridade. Em seguida no texto é
apresentado uma introdução ao conceito de Taylorismo. Mostrando sobre a
fragmentação do conhecimento técnico na linha de montagem. Isso está presente
hoje na maioria dos currículos escolares, com disciplinas segmentadas e com
limites entre elas. Nos projetos desenvolvidos nas escolas por nós bolsistas,
tentamos ao máximo não fragmentar tanto. É difícil ainda trabalhar nesse ponto,
mas sempre é levado em consideração. Em nosso subprojeto, manifestações e reflexões
artísticas vem como principal ponto que contrapõe essa questão fragmentada dos
conteúdos. Quando há uma tentativa de enquadrar movimentos artísticos no ensino
é necessário pensar no todo para chegar em algo próximo do conteúdo.
Desenvolvendo a necessidade do “pensar interdisciplinar” e encaixar isso na
realidade presente em cada escola que o subprojeto interdisciplinar atua.
Mais à frente no texto, o autor fala das pirâmides
hierárquicas de autoridade reforçadas pelas filosofias fordista e taylorista.
Esse é outro ponto debatido dentro de práticas escolares de ensino e
aprendizagem, em que foi construído e acredita-se hoje numa melhor interação
aluno x professor com caráter horizontal na relação interpessoal. Abandonando a
superioridade cega dos professores e admitindo que ambos os personagens
desenvolvem seus conhecimentos nessa relação. Em ações desenvolvidas nas
escolas, esse é um ponto bastante trabalhado na tentativa de aproximar o aluno
e desenvolver atividades que exijam a maior participação efetiva deles na
construção do conhecimento.
A fragmentação da
cultura escolar: aqui é tratado
especificamente da taylorização no âmbito escolar, como o conteúdo ser somente
para preparar o aluno para “as regras de produção da sociedade”, com caráter
despersonalizado e só cultura de massa. No texto é ilustrado o conteúdo dos
livros-texto como “pílulas” de conhecimento que precisavam ser memorizadas e
sem a possibilidade de reflexão. Além de mostrar mais uma vez sobre a
superioridade dos professores sobre os alunos. Além de tratar da reflexão já
evidenciada na porção anterior do texto.
As novas
necessidades das economias de produção flexível: é tratado no texto a questão econômica da época e o
processo de globalização das economias. Além do esgotamento dos modelos de Ford
e Taylor. Novas ideologias começam a ser incorporadas nos anos 80, como a de
trabalho em equipe; contrário aos modelos individualizados. E mostrado nos
textos os principais pontos que se distingue dos modelos da Toyota com o de
trabalho individualizado.
Algumas
influências dos modelos empresariais nos sistemas educacionais: nessa última sessão do capítulo, o autor fala da
comparação comum dos anos 60 entre escolas e fábricas. Coisa não muito
diferente que encontramos ainda hoje e que corriqueiramente é tema em nossas
reuniões do subprojeto e passível de discussão. Assim como no texto tratado da
mudança nos sistemas de gestão de fábricas (antes fordismo) é feita
gradualmente, na educação também deve ser assim, segundo o texto. Hoje com o
auxílio de programas como o PIBID presente nas escolas, tentamos levar as
pesquisas na área de ensino e aprendizagem para dentro da sala de aula através
de nossas ações como bolsistas. E encerra o texto exaltando a importância da
educação na formação de pessoas com capacidade crítica e solidariedade.
[1] SANTOMÉ, Jurjo. Globalização e Interdisciplinaridade: O currículo integrado. Brasil: Artmed, 1997. 278 p.
ATIVIDADE 3 - Planejamento de Ação Interdisciplinar
ATIVIDADE 4 - Atividade Cultural
Nessa atividade foi proposta uma visita à mostra Máquina Tadeusz Kantor - Exposição do multi-artista polonês Tadeusz Kantor, no Sesc Consolação.
Da visita foi proposta a produção de uma reflexão que segue abaixo:
"Ao chegar na exposição, já nos deparamos no primeiro
piso a escultura “Máquina de Aniquilamento” que é um empilhamento de cadeiras
que fazem movimentos verticais de sobe e desce de tempos em tempos quebrando o
silencio com sons de ranger das cadeiras reproduzidos por todo o prédio nesse
andar em caixas de som. E o papel delas é justamente incomodar quem está ali,
criada por Kantor para obstruir as vozes dos atores na peça para a qual foi
desenhada. Nesse piso ainda, tinha um
espaço para leitura com alguns livros disponíveis na mesa, imagens de suas
produções penduradas ao teto, frases do autor penduradas ou escritas em
paredes, um pequeno labirinto em rampas e muita, muita informação visual para
todos os lugares que você olhasse.
Subindo para o segundo e terceiro piso, que eram integrados
em forma de labirinto com escadas, rampas e corredores, era possível ver
imagens em um telão enorme com cerca de 5m de altura, acredito eu. Nesses pisos
da exposição, a todo momento ouvia-se barulhos de pingo d’água e o ranger do
piso causado por todos que ali circulavam. O ambiente, acredito que fora criado
para causar incomodo e estranhamento quando se encontra nele no primeiro
momento. Em corredores era possível ver ilustrações feitas por ele, assistir
suas peças em telas na TV e banquinhos com fone a frente e a disposição dos
expectadores. Durante a minha passagem pela exposição, algumas manifestações
artísticas estavam acontecendo no meio da exposição, colaborando com o clima.
Era possível ver uma imagem de, aparentemente, uma noiva com a estrutura de um
guarda-chuva em suas costas e aberto sobre a cabeça e transitando pelo espaço.
Em outro momento um homem tirava a camisa, apoiava-a sobre o chão
tranquilamente e com uma corda puxava um bebe de plástico amarado ao pescoço.
Uma mulher também observava com uma feição macabra todos que passavam por ela
em um dos corredores em que ela ficava sentada. Em uma das escadas uma mulher
amarrou uma corda em seu pescoço e a outra ponta foi amarrada à uma pequena
planta com cerca de 40cm de altura. Em seguida ela subiu em um banco e começou
a soltar frases. A manifestação mais incômoda que presenciei, era a imagem de
um cara passando com uma banheira nos braços e um bebê de plástico dentro. Em
alguns pontos ele parava e fazia menções com o corpo de como se estivesse
velando o bebê. No qual ele acariciava e o cobria com terra dentro da banheira
e em seguida o envolvia em um pano branco e em seguida, saia com o bebê
enrolado no colo.
A maioria das imagens construídas na exposição, sejam
elas esculturas, frases ou fotografias/pinturas tinham um caráter bem crítico.
E lendo sobre as obras descobrindo características comuns nas obras de Kantor. O
artista gostava de incomodar e levantar questionamentos filosóficos em palco.
Na exposição é possível observar vários objetos sem valor útil, porém em um
contexto instigante e que levanta questionamentos até sociais da época.
Em relação com a educação, acredito que Tadeusz se enquadraria nos atos
reflexivos das ações. Ou seja, ele usava a arte como seu meio de extravasar e
questionar a política da época que vivia e tendências sociais temporais.
Durante toda minha permanência no espaço, frases sempre me remetiam ao papel
questionador da educação e do que ele acreditava. Ora ele questionava a
complexidade das coisas como papel do desenvolvimento da arte e do cognitivo,
ora eram questionadas as condições dos objetos e o seu papel de utilidade como
forma de criar arte. Em uma das frases que li, a realidade era algo relativo e
isso só se concretizava quando comparada a outra realidade adversa a atual. E
com esses questionamentos e pensamentos filosóficos, acredito que o
desenvolvimento do professor deve se apoiar. A arte tem papel político e tinha
total importância no desenvolvimento e questionamento social."
Abaixo algumas imagens da visita: